Petição quer corte de 50% dos salários de políticos em PG

Objetivo é reduzir vencimentos de prefeito, vereadores e secretários, destinando os valores para combater o novo coronavírus. Presidente da Câmara comenta ação popular

Uma petição online no site CitizenGO, criada nesta quarta-feira (22) pede a redução de 50% no salário de prefeito, secretários e vereadores de Ponta Grossa durante à pandemia do novo coronavírus em Ponta Grossa. A iniciativa, que pede 100 assinaturas inicialmente, foi elaborada por um usuário denominado ‘Direita Paraná’.

No texto, há uma explicação acerca da Covid-19, que foi declarada pandemia pela Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020. Também, traz o número de confirmados e mortos pela doença até o dia 5 de abril. Para complementar, a iniciativa faz uma revisão sobre os impactos econômicos que isso irá causar.

Com esses pressupostos, o texto traz o debate para Ponta Grossa. “Claramente, a economia global já está em recessão. Assim como a economia de Ponta Grossa/PR, que já apresenta diversas demissões de colaboradores em vários setores do comércio”, diz a petição. Na sequência, é elencada a questão do setor privado, enfrentando a crise causada pelas medidas de isolamento social e quarentena.

Em complemento, a requisição comenta o impacto em até 100% da renda mensal das famílias e que medidas de redução dos encargos de entes públicos deverá ser uma medida para o combate a Covid-19.

“Acreditamos que a destinação de 50% do salário dos Servidores Públicos do Executivo, Presidente da Câmara e Vereadores é justa e fundamentada. E, se faz necessária para atender o setor com maior necessidade de verba neste momento de Calamidade Pública, que é a Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Grossa/PR. Que, coerentemente saberá como investir este recurso no combate a Covid-19”, conclui a petição.

Você pode acessar a requisição clicando aqui.

Posicionamento da Câmara

Segundo o presidente da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa, Daniel Milla (PSD), as devolução podem ser feitas de duas maneiras: de maneira autônoma, onde o vereador destina seus recursos parlamentares e/ou salários para finalidades que deseja; ou através da Comissão de Finanças, que toma a atitude de forma unilateral no vencimento de todos os integrantes da Câmara.

“Hoje tem alguns parlamentares que já fazem a devolução, como de recursos da publicidade. Acho muito importante a discussão, principalmente pela situação que vivemos. Acredito que cada parlamentar deve tomar a decisão de como será destinado a economia do seu salário”, destaca Milla.

O presidente da Câmara também elenca que é importante que os atos não sejam tomados como promoção pessoal em cima de tragédias. “Hoje, grande parte dos vereadores não fazem ações de doação para se promover. A última coisa que vou fazer é levar a câmera para filmar a pessoa e postar nas redes sociais”, diz o vereador, que destina parte de seus vencimentos na Câmara em situações específicas.

Ainda, Milla explica que caso haja a redução em 50% dos salários – ou outro ato que reduza o que todos os vereadores recebem – os valores vão direto para o Executivo Municipal. Assim, não necessariamente seriam utilizados como recursos da Saúde.

“Se faz a devolução direto para os cofres públicos, é o prefeito que vai investir na forma que bem entender. Não podemos indicar. Vamos fazer uma devolução da Câmara de R$ 2 milhões, economia dos vereadores. A hora que chegar lá é o prefeito que decide, não é o vereador”, conclui o presidente da Casa.