Homens usavam presentes para abusar de menores em PG

Prisões foram realizadas pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria). Uma criança e dois adolescentes eram vítimas dos abusos

Outros dois homens foram presos pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) em Ponta Grossa nos últimos dias. De acordo com informações divulgadas pela delegada Ana Paula Carvalho, responsável pelo Nucria e pelas investigações, os dois mandados de prisão foram cumpridos recentemente e, nos dois casos, os detidos usavam 'presentes' para calar ou mesmo para manter um vínculo com as vítimas. 

Ana Paula conta que em uma das investigações uma menina de 11 anos de idade era abusada sexualmente pelo próprio padrinho. Neste caso, a Polícia Civil verificou que o agressor também ameaçava a criança dizendo que iria matar a mãe, as irmãs e a própria vítima caso a menina revelasse os abusos que sofria. 

A delegada ressalta que nesse tipo de crime é comum a vítima demorar para denunciar uma vez que ela sente medo não entende o que está ocorrendo. "Nesse caso, o padrinho presenteava a vítima com material escolar, celular, roupas e calçados. E como a criança tem medo de contar pra alguém, a vítima guarda pra si e começa a externar a violência sofrida de outra forma, como a diminuição no rendimento escolar, depressão, automutilação e rejeição com o agressor, chamando a atenção de pessoas próximas", enfatiza Ana Paula.

Outra investigação conduzida pelo Nucria envolve dois adolescentes que vinham sendo abusados por um homem de 57 anos. "Conversas apresentadas por uma das vítimas demonstraram o interesse do investigado em manter um relacionamento sexual com os adolescentes, como também o vínculo que o mesmo tentava manter com os jovens lhes oferecendo presentes e lanches", destaca a delegada.

Neste caso, o homem apontado como responsável pelo abuso contra os dois garotos também foi preso pelo Nucria. A identidade dos homens presos, assim como os locais em que as prisões foram realizadas, não são divulgadas para preservar a identidade e a privacidade das vítimas. 

Balanço das prisões

De março a agosto deste ano, o Nucria realizou 17 prisões pela prática do crime de estupro de vulnerável. Segundo a delegada Ana Paula Cunha Carvalho, esse número representa a confiança que a população tem no trabalho que estamos realizando na cidade. "Todos os dias recebemos inúmeras denúncias envolvendo crimes que vão desde maus-tratos, negligência, abandono e violência sexual. É muito importante estar atento ao comportamento da criança e do adolescente e, havendo alguma suspeita, a indicação é para que se procure os órgãos de proteção", alerta Ana Paula.

Outro caso investigado pelo Nucria

O Nucria também prendeu um casal suspeito de obrigar uma criança de quatro anos de idade a participar de relações sexuais - a vítima era filha do homem e enteada da mulher presa. De acordo com a delegada Ana Paula Cunha Carvalho, responsável pelas investigações, os mandados de prisão foram cumpridos recentemente.