Aventureiros de PG enfrentam desafios em montanha
O Pico Paraná tem mais de 1800 metros de altitude; todo fim de semana dezenas de aventureiros tentam chegar ao seu topo
Publicado: 26/10/2019, 02:21
O Pico Paraná tem mais de 1800 metros de altitude; todo fim de semana dezenas de aventureiros tentam chegar ao seu topo
A montanha mais alta do sul do Brasil fica no Paraná. Localizada entre o município de Antonina e Campina Grande do Sul, no alto dos seus 1877 metros, o Pico Paraná, é o sonho de muitos montanhistas. A cada fim de semana, dezenas deles, partem rumo ao Pico para tentar chegar ao seu cume. Um grupo de ponta-grossenses viveu essa aventura, e voltou para casa com muitas histórias para contar.
A formação rochosa de granito e gnaisse faz parte de um conjunto de serra chamado Ibitiraquire, que inclui também os cumes União e Ibitirati. Para atravessar a Fazenda Pico Paraná é preciso pagar uma taxa no valor de R$10 por pessoa. No pé da montanha também há estacionamento, sem custo. A trilha leva em média seis horas para ser concluída, mas o tempo pode variar bastante dependendo do condicionamento físico dos aventureiros. Helton Alexandre Soares, um dos organizadores da excursão, já conhecia a montanha, mesmo assim destaca que cada volta ao Pico é única.
“Foi bastante desafiador por conta de algumas pessoas que se arriscaram pela primeira vez no Trekking de Montanha já de cara no maior do sul do país e que não sabiam das suas dificuldades e limitações, inclusive medo de altura, tendo em vista que passamos por obstáculos como grampos, correntes e cordas para escalada. Isso acabou dificultando um pouco mais justamente pelo fato de ser um grupo grande, então acabamos levando um pouco mais de tempo do que o planejado – o grupo levou 9h para chegar ao cume -, mas cada subida ao pico é diferente”, relata. No total, 16 amigos saíram de Ponta Grossa para tentar subir o Pico, alguns com mais experiência em montanhismo, outros iniciantes. Na mala, roupa, cantil, saco para dormir, kit de higiene, primeiros socorros, isqueiro, fogareiro, capa de chuva, combustível, canivete, corda, alimento e muita água.
A trilha é toda sinalizada, mas não é fácil, nem aconselhada para iniciantes. No caminho, há terrenos arenosos, matas fechadas e penhascos. Há também o elevador, um dos pontos mais assustadores. Com ganchos fixados no paredão é preciso escalar com cuidado, e um passo em falso pode ser o fim. Durante o caminho, vencer os próprios limites físicos é a maior conquista para alguns, enquanto para outros, o medo é o maior inimigo a ser derrotado, como conta Bruno Rafael dos Santos. “Sou acostumado a fazer vários esportes, mas essa foi a primeira vez no Trekking, em um dos percursos considerados difíceis, mas me ajudou a superar meu medo de altura, apesar de um elevado risco, foi muito emocionante”, relembra.
Do alto da montanha ícone para os montanhistas, a vista é revigorante. Pela manhã é possível ver o dia nascendo sobre as nuvens, que aos poucos vão se dissipando e abrindo espaço para uma visão única do litoral paranaense e da represa do Capivari. São esses momentos que fazem surgir novos montanhistas a cada excursão. Quem vai uma vez e chega ao topo, não se contenta mais em ver a montanha de outro lugar que não seja embaixo dos seus pés.
Belas paisagens compensam todo o esforço do grupo
Jessica Silva Santos, nunca tinha feito trekking e encarou logo o Pico Paraná, o maior desafio da vida da jovem de 23 anos. “Ao amanhecer, lembro de ter acordado por volta das 06hrs da manhã, tudo muito escuro ainda, abri a barraca, olhei em volta e vi uma imensidão branca parecendo o mar. Levantei, tomei um bom café e começamos a prestigiar o nascer do sol. Foi a sensação mais gostosa que já tive. E naquele momento pude perceber o quanto somos pequenos nessa imensidão; o quanto estar ali foi gratificante e o quanto todo esforço foi recompensando com aquele nascer”, conta