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Lockdown afeta as empresas de gastronomia em PG

Segundo empresários, a queda no faturamento trabalhado com delivery, take Away e drive-thru fica entre 40% e 70%

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Da Redação

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Segundo empresários, a queda no faturamento trabalhado com delivery, take Away e drive-thru fica entre 40% e 70%

Não é novidade, a pandemia de Covid-19 fez a economia brasileira ter queda acentuada em 2020, tudo pelas medidas de isolamento social, lockdown, redução na capacidade de atendimento das empresas ou mesmo a retração no consumo dos brasileiros.

Com isso, o empresário precisou se adaptar, reduzir o caixa, enxugar despesas e, em muitos casos, demitir, a fim de evitar falência. Nos Campos Gerais não foi diferente e muitos empresários ainda estão adaptando seu atendimento, conforme novas regras de prevenção à doença.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a retração no setor de serviços, onde restaurantes e bares se enquadram, foi de 4,5% em 2020, uma das maiores quedas entre os índices integrantes do Produto Interno Bruto do Brasil. Já o consumo das famílias teve declínio de 5,5%. No Paraná, o Instituto aponta índice negativo de 8,5% no faturamento das empresas e 29,9% no consumo das famílias.

No dia 27 de fevereiro, a fim de controlar a pandemia de Covid-19 no Paraná, o Governo do Estado decidiu fechar os serviços não essenciais até o dia 10 de março, assim a gastronomia só poderia trabalhar por delivery, drive-thru e take away, o que pegou de surpresa os empresários e acendeu o sinal de alerta pela possibilidade de prorrogação das medidas e queda no faturamento.

E neste período de 11 dias somente com o essencial aberto, as empresas afetadas são sentiram perdas na receita, caso do Piwiarnia Tap House.

Segundo Evaldo Toniolo Kubaski, sócio e o sommelier de cervejas do Piwiarnia, localizado em Ponta Grossa, o prejuízo, em comparação a semana anterior ao lockdown, já é de 70%.

“A tendência é que esta queda de faturamento ainda aumente [se as medidas continuassem]. Delivery e retirada são apenas um complemento para nós e, normalmente, correspondem a algo em torno de 10% do faturamento total”. Para Kubaski, delivery e take away não são viáveis para o modelo de negócio.

Segundo José Ricardo Mikulis, proprietário do Restaurante Mikulis, há perda de 40% no faturamento do estabelecimento.

“Estávamos terminando de nos reestruturar para atendimento presencial desde o primeiro lockdown, que no ano passado fez a gente demitir mais de 50% da equipe e ajustar a empresa. Aos poucos fomos retornando com o atendimento e quando estávamos chegando perto da normalidade, faltando apenas os eventos para trabalharmos normalmente, fecha novamente da noite para o dia”.

A queda no faturamento durante o período de lockdown também aconteceu no Frederica’s Koffiehuis. Segundo estimativa, o faturamento caiu 70% em uma semana somente com delivery e drive-thru.

Para o diretor administrativo da confeitaria, Christian Dykstra, outro fator que eleva as perdas é a forma como a divulgação dos decretos acontecem. “(...) sem contar os prejuízos relacionados a desperdícios de alimentos em função do fechamento sem aviso prévio, o que Inviabiliza totalmente a operação, já que com este faturamento [delivery e drive-thru] somos capazes de cumprir com apenas uma pequena parcela de nossas obrigações financeiras”, enfatiza.

Assim como Ponta Grossa, Carambeí seguiu o Decreto Estadual, que na sexta-feira (5/03) estabeleceu a reabertura dos serviços considerados não essenciais a partir da quarta-feira (10). Na cidade, por determinação local, as casas de tortas podem atender com 30% da sua capacidade, o que traz alívio a empresa.

“Em 2020, o Frederica´s passou por mais de 3 meses de lockdown, e, em aproximadamente metade deste período, não podíamos trabalhar nem com o sistema de drive-thru, representando queda de até 85% no faturamento, prejudicando de forma espantosa a saúde financeira do negócio. Infelizmente fomos e ainda somos, de forma desordenada, obrigados a fechar as portas, sem que nos sejam dadas as condições para tal”.

Segundo Dykstra, foram necessários diversos acordos financeiros com parceiros, como a redução de custos, aumento de prazos, postergação do pagamento das parcelas de empréstimos bancários anteriores à pandemia, atraso e inclusive não pagamento de obrigações tributárias, a fim de manter o negócio funcionando.

Para as empresas onde o delivery é o serviço principal, o lockdown gerou prejuízos menores, porém há queda no faturamento, como comenta Josnei de Matos, sócio proprietário da Brigatta Pizzeria: “No nosso caso, as perdas serão mínimas, próximo dos 10%, já que nossa especialidade e nosso carro chefe é o delivery”.

Lockdown preocupa o Sindicato Empresarial e Federação

O Sindicato Empresarial de Hotelaria e Gastronomia dos Campos Gerais (SEHG), está acompanhando as medidas de prevenção à Covid-19 e se mostra preocupado com medidas mais rígidas ao setor, pois sabe das dificuldades enfrentadas pelos empresários.

Para o hoteleiro, Daniel Wagner, presidente do Sindicato, medidas extremas, como o lockdown, vão acabar levando mais negócios à falência. “Não acreditamos que fechar os serviços não essenciais seja a melhor solução, pois sabemos, as empresas sérias estão seguindo rigorosos protocolos de prevenção à Covid-19 e fechá-los é inviabilizar o empresário, o que vai gerar mais demissões, prejudicando toda a economia”.

O presidente afirma ainda que o Sindicato está buscando maneiras de ajudar as empresas, divulgando ações a serem tomadas a partir da Convenção Coletiva de Trabalho, como a redução da jornada de trabalho e redução do salário.

“Quando a pandemia começou nós, junto ao Sindicato Laboral, buscamos maneiras de amenizar o impacto da pandemia e com isso, surgiram diversos instrumentos que o empresário pode usar a fim de manter o negócio e os empregos”, finaliza o presidente.

Para Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), o lockdown é uma estratégia do poder público questionável quanto aos efeitos e deve vir acompanhada de uma série de medidas compensatórias para população e as empresas. “Claro que na atual conjuntura se os leitos de UTI ou enfermagem para casos menos graves estiverem quase lotados, cabe diálogo com o empresariado local para um consenso acerca do que pode ser implementado para minimizar os prejuízos das empresas”, comenta.

Ele ainda pontua que a melhor solução para manter empresas abertas durante a pandemia é criar processos que envolvam rotatividade de áreas cidade com fechamento seletivo para evitar aglomerações, realizar fiscalização, realizar testagem em massa, criar leitos de campanha e compensações financeiras dos municípios e estados nos impostos de competência de cada ente para as empresas, além de acordos dentro das companhias.

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