Toque de recolher reduz infrações, mas afeta setores
Portal aRede e JM ouviram o poder público e empresário do setor de eventos, bares e restaurantes para entender impactos dos decretos
Publicado: 12/02/2021, 19:01
Portal aRede e JM ouviram o poder público e empresário do setor de eventos, bares e restaurantes para entender impactos dos decretos
O toque de recolher foi uma medida histórica em Ponta Grossa. No dia 19 de junho de 2020, uma sexta-feira, passou a vigorar um decreto que restringia a circulação de pessoas e atividades no município após às 23h. De lá para cá, os casos aumentaram e a medida tornou-se algo que faz parte do cotidiano dos ponta-grossenses – e, recentemente, de todos os paranaenses.
Na quinta-feira (11), o Governo do Estado do Paraná prorrogou as restrições pela quinta vez consecutiva. Já nesta sexta-feira (12), o horário foi alterado, com a diminuição de uma hora: das 0h ás 5h, mantendo as restrições de bebidas alcoólicas a partir das 23h. A medida vai até dia 28.
Em Ponta Grossa, a prefeita Elizabeth Schimdt (PSD) prorrogou o toque de recolher a nível municipal por mais 15 dias, contando a partir do dia 14 de fevereiro, com os horários das 23h às 6h da madrugada. A venda de bebidas alcóolicas, pelo decreto, fica restrito a partir das 22h e também encerra às 6h. O Portal aRede e o Jornal da Manhã foram atrás de representantes que sinalizam os benefícios – e aqueles que se sentem lesados pelas medidas.
“Entendemos que o toque de recolher é uma das ferramentas encontradas pelos municípios para o enfrentamento da pandemia, não apenas reduzindo a aglomerações, como também a procura pela rede hospitalar em decorrência de outras enfermidades. Dessa forma, o Comitê de Emergência vem acompanhando a evolução dos casos diariamente, além da situação dos hospitais em nossa cidade, para avaliar a continuidade ou aplicação de novas medidas”, destacou o procurador-geral do Município, Gustavo Schemim da Matta, citando a renovação do decreto que aumenta o toque de recolher.
Por outro lado, o setor de eventos, bares e restaurantes encontra dificuldades e pede alternativas para não comprometer as receitas, empregos e a economia. “A principal reivindicação seria trabalhar, com toda segurança que exige as normas é claro. O setor de eventos pode e tem como fazer eventos com segurança, como já está sendo feito em bares, restaurantes e comercio em geral”, destacou Rodrigo Gadelha, produtor de eventos e sócio proprietário de um bar em Ponta Grossa.
Ainda, Gadelha cita os números que as empresas vêm enfrentando com as medidas mais restritivas. “No setor de entretenimento o impacto eu calculo que seja de 100%, pois já estamos quase a um ano sem eventos em nossa cidade. No setor de bares e restaurantes ela tem um impacto de 40 a 50% nas vendas. Muitos estabelecimentos já fecharam e outros estão trabalhando no vermelho”, complementa o empresário, pontuando que, em bares e restaurantes, o maior público é das 20h às 23h30.
Avaliação da PM
Quem também avaliou as ações do toque de recolher foi o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar (1º BPM), Coronel Bezerra. “É importante a restrição de horário e de venda e consumo bebida alcoólicas, pois diminuem crimes violentos e acidentes de trânsito, preservando os leitos dos hospitais para as vítimas da Covid”.