Valtão nega que recebeu ‘propina’ na CPI do Estar Digital
Defesa do vereador alega que dinheiro apreendido com ele durante operação do Gaeco teria sido emprestado por empresário
Publicado: 02/02/2021, 15:02
Defesa do vereador alega que dinheiro apreendido com ele durante operação do Gaeco teria sido emprestado por empresário
Em prisão domiciliar desde o início do ano e investigado por corrupção, o vereador Walter José de Souza, o Valtão (PRTB) voltou a alegar inocência e negou ter recebido propina quando foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Estar Digital. O caso foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MPPR) e resultou na prisão de dois vereadores, do então presidente da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) e de quatro empresários da cidade.
Segundo os advogados Fernando Madureira e José Valdeci da Rosa, que representam o parlamentar, Valtão nega que recebeu qualquer valor da empresa Cidatec para alterar o resultado da CPI que apurava eventuais irregularidades no contrato realizado com a AMTT para implantação do Estar Digital.
De acordo com Madureira, o valor apreendido com Valtão no dia de sua prisão não seria fruto de propina “e sim empréstimo feito pelo sr. João Barbiero, o qual é do mesmo partido político”. O advogado argumenta ainda que “se este sr. Barbiero pediu dinheiro para os empresários dizendo que era para o vereador, é mentira”, complementando ainda que “é rotina ocorrer situações em que malandros pedem propina dizendo que é para agentes públicos e embolsam o dinheiro”.
Madureira também garantiu que o relatório da CPI do Estar Digital não foi assinado apenas por Valtão, que era o relator do projeto, mas também por outros vereadores. “Sendo assim, se havia alguma irregularidade, deveria ser apontada pelos demais parlamentares, o que não ocorreu”. O defensor do advogado também garante que a inocência do vereador será provada durante o andamento do processo criminal. “Se existir qualquer gravação do Vereador pedindo dinheiro para favorecer a empresa Cidatec, não necessita ser pedida sua cassação ele mesmo renúncia ao mandato”, alega.