Crônicas dos Campos Gerais: Verão de lembranças | aRede
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Crônicas dos Campos Gerais: Verão de lembranças

Texto de autoria de César Delgado, comerciário, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais

Texto de autoria de César Delgado, comerciário, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais
Texto de autoria de César Delgado, comerciário, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais -

Da Redação

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Crônicas dos Campos Gerais: Verão de lembranças

Em um dia atípico de verão em Ponta Grossa, onde se acaba suando na sombra, embora relutando, o dever me faz sair de casa, andando eu na velha e quente Avenida Dr. Vicente Machado, que com o trânsito da hora do almoço parecia tornar a sensação de calor maior ainda; vejo um refúgio do outro lado da via, a suntuosa Igreja do Sagrado Coração, conhecida por "igreja dos polacos".

Ao entrar no recinto do templo, logo vem o frescor, e o encontro com uma atmosfera diferente, quase me esquecendo da correria e da "muvuca" do lado de fora;  sentei-me para não destoar de alguns fiéis, que ali rezavam, e quotidianamente rezam como "guarda de honra" do Santíssimo Sacramento, nesse santuário dedicado a adoração perpétua.

A imponência e a beleza do templo  levam naturalmente a se voltar para ao alto, e a vista a terminar lá no fundo, no altar mor onde fica o trono da adoração. Mas um detalhe desperta minha atenção: ao meu lado esquerdo vejo o quadro de Nossa Senhora de Czestochowa, padroeira dos poloneses, e sinal visível da história e tradição dos imigrantes na cidade. Como não me lembrar das muitas fotografias em preto e branco da minha família materna? Das "estórias da tal Polonhia" e causos a mim tantas vezes narrados? Do “pirogue” e dos pratos típicos na família, ou do som da palavra "caroça" no sotaque inconfundível da minha saudosa e querida avó? Dos costumes muitas vezes herdados que sem perceber repito inconscientemente no dia a dia?

Saudades daqueles que nem conheci, mas que sem dúvida eu não existiria se não fossem eles, ao mesmo tempo que aflora um sentimento de uma terna gratidão e em sua memória. Agora revigorado, no corpo e sobretudo no coração, pego minha bolsa e crio coragem, como meus antepassados, para enfrentar. Já não mais para me mudar para um novo mundo, me adaptar a uma cultura, língua ou país, e nem simplesmente enfrentar um verão atípico ponta-grossense rumo a minha jornada. Mas, sobretudo, de honrar mais e valorizar o seu legado de fé, honra e trabalho.

Texto de autoria de César Delgado, comerciário, Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais (https://cronicascamposgerais.blogspot.com/).

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