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As muitas histórias dentro de 100 anos

Coluna 'Trilha da Fé: As muitas histórias dentro de 100 anos

A Paróquia Cristo Rei e suas comunidades centenárias.
A Paróquia Cristo Rei e suas comunidades centenárias. -

Da Redação

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Coluna 'Trilha da Fé: As muitas histórias dentro de 100 anos

A Paróquia Cristo Rei e suas comunidades centenárias

O município de Ivaí é resultado das políticas imigratórias desenvolvidas em fins do século XIX e início do XX; e também das migrações internas de descendentes de africanos, espanhóis e portugueses já nascidos no Brasil1. A colônia federal Miguel Calmon Ivaí foi criada oficialmente na primeira década do século XXI. Sua população, hoje estimada em 14.049 pessoas, é composta majoritariamente de descendentes de ucranianos e poloneses. Mas, como na região também havia descendentes de indígenas, africanos, italianos, alemães, portugueses, espanhóis, holandeses e franceses foram erguidas paróquias e capelas tanto do rito latino quanto bizantino. Foi nesse cenário que, em 19 de outubro de 1921, foi fundada a Paróquia Cristo Rei, uma das 12 primeiras formadas na Diocese de Ponta Grossa.

As primeiras famílias de imigrantes e brasileiros que habitavam a região eram atendidos pelos padres Vicentinos de Prudentópolis. Os sacerdotes vinham a cavalo para Ivaí para rezar missas, realizar casamentos, batizados e confissões. Isso ocorreu até o ano de 1921 quando o bispo de Curitiba, Dom João Francisco Braga, desmembrou religiosamente Ivaí de Prudentópolis. “Durante esse período em que os fiéis de Ivaí eram atendidos pelos padres de Prudentópolis, não existiam capelas em grande parte das comunidades de Ivaí, exceto na região de São Roque e Imbuia, por esse motivo, fiéis colocaram cruzes em várias localidades da colônia federal de Ivaí. Como ainda não havia templo religioso em algumas linhas, essas eram utilizadas para fazer orações, pedidos e agradecimentos. Um dos cruzeiros que ainda existe atualmente se localiza na comunidade de Chapada”2

As comunidades que fazem parte da Paróquia Cristo Rei estão contando suas histórias nessa celebração do centenário. “Como quando o bispo veio fundar a paróquia e ele andou 8 horas de canoa pelo rio Ivaí”, exemplificou a historiadora, professora, mestre e doutora em História, Lucimara Koss, que está produzindo um documentário sobre os 100 anos. Ou como no momento em que os moradores de uma comunidade chamada Passo Velho doaram a sua igreja aos residentes da localidade, hoje, de Lajeadinho. O ano era 1971 e as famílias estavam se mudando para cidades maiores. A capela ficaria abandonada. Seu padroeiro era o Divino Espírito Santo. Na primeira festa, uma devota doou à comunidade uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, considerada muito milagrosa. Diante de seu testemunho, Nossa Senhora passou a ser homenageada.

Ao anoitecer do dia 17 de dezembro de 1977, houve um incêndio ocasionado por um pagador de promessa que foi acender velas. Em meio ao brasido, um menino gritou “olha a cabeça de um santo”, mas, devido ao calor, estava difícil se aproximar. Foi então que um senhor conseguiu avistar, pegou um pedaço de madeira e inexplicavelmente conseguiu equilibrar a imagem. Ela estava vermelha cor de brasa. Foi deixada sobre a grama, que foi toda queimada pelo calor. Esperaram esfriar e viram que era a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que estava intacta. Padre André Kaminski ao celebrar missa na comunidade, tempos depois, sugeriu que os moradores instituíssem Nossa Senhora como padroeira da nova capela, construída com a frente em alvenaria e as laterais de madeira.

Os 24 padres que passaram pela comunidade foram essenciais para a construção de sua história centenária. Padre Ludovico Branny, ainda antes da fundação da paróquia, visitava a região realizando batismos, confissões e missas. Foi o autor do desenho da primeira capela. Eduardo Pinocy se referia a Ivaí como “a pupila de seus olhos”. Padre Tomas Kania foi responsável pela vinda das Filhas da Caridade para a Catequese. E padre André que, em 1978, trouxe da Polônia duas abelhas rainhas, da raça preta, em uma caixa de fósforo. Seu hobby sempre foi a apicultura. Recebeu o título de cidadão honorário de Ivaí por seu exemplo de cidadania.

*Fontes:

- Revista. Histórico da matriz Cristo Rei e das Capelas. 2011

- 1 Lucimara Koss, graduada em Ciências Sociais; graduada em História. Especialista em História e regiões pela UNICENTRO. Mestre e Doutora pela Universidade Federal do Paraná em História

- 2 Lucimara Koss

- Livro Tombo Paróquia Cristo Rei 

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