Batalha da Estação reúne histórico das rodas de rima | aRede
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Batalha da Estação reúne histórico das rodas de rima

Evento surgiu em 2015 e ganhou destaque nacional ao longo dos anos com a participação de novos MC’s nos Campos Gerais

Os MC’s confrontam entre si em batalhas de melhor de três rounds. Avança de fase quem tiver vitória em pelo menos dois rounds. Os votos são de dois jurados e também do público
Os MC’s confrontam entre si em batalhas de melhor de três rounds. Avança de fase quem tiver vitória em pelo menos dois rounds. Os votos são de dois jurados e também do público -

João Guilherme Castro

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Evento surgiu em 2015 e ganhou destaque nacional ao longo dos anos com a participação de novos MC’s nos Campos Gerais

Entre 10 e 30 jovens dos bairros de Ponta Grossa chegam por volta das 18h dos sábados e domingos na plataforma da Estação Arte - antigo armazém da Rede Ferroviária - para realizar a Batalha da Estação, movimento que surgiu no ano de 2015. As batalhas de rap possuem um contexto recente na cidade, apesar do Hip Hop já estar instaurado em Ponta Grossa desde os anos 1990. Os encontros são organizados de maneira independente por vários MC’s (Mestre de Cerimônia; nome dado aos cantores de rap) de Ponta Grossa e de cidades vizinhas como Castro e Telêmaco Borba.

No início dos anos 2000 os grupos organizados de rap começaram a fazer eventos de batalhas de rimas por Ponta Grossa. Entre os locais estavam Cine-Teatro Ópera, Centro de Cultura, Parque Ambiental, bairros e alguns bares. Não se sabe ao certo quais foram os primeiros encontros de batalhas, mas alguns ganharam renome. A ‘Batalha do Ambiental’ surgiu no ano de 2015 e logo nas primeiras edições chegou a ter uma participação média de 150 pessoas. Antes de ficar com esse nome o evento foi uma tentativa de ‘roda de rima’, criada pelos rappers Twoclock e Tocha.

Ainda em 2015 surgiu a ‘Batalha da Estação’ (BDE) que foi um segmento continuado pelos participantes da ‘Batalha do Ambiental’. “Começou onde era a biblioteca, na Estação Saudade. De lá pra cá a gente passou pela Concha Acústica, pela Praça da Catedral, Praça do Regente, mas o principal reduto foi na Estação Arte”, explica Patrick Lacerda, antigo organizador da BDE. A média de participação na Batalha da Estação atualmente é de 15 MC’s, mas no começo a adesão era de menos de 10 pessoas. “A gente começava numa caixinha [de som] e quando acabava a bateria da caixinha ia no beatbox, e aí quando não tinha mais fôlego ia na capela”, lembra Lacerda. Ainda no começo a Batalha da Estação passou por diversas situações de vazios de público. Marco importante para o desenvolvimento do evento foi a participação do grupo de rap ponta-grossense ‘Raciocínio Engatilhado’ que forneceu equipamento de som no início.

Um dos primeiros vencedores das seletivas regionais foi o MC B.M (Bryan Moura). A sua primeira participação foi em um domingo que estava saindo da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). “Foi minha primeira vez e eu cheguei na final. Cheguei em casa e percebi que era disso que precisava. Aquele estresse que acumulava na rotina e durante a semana havia acabado ali”, afirma B.M.

A manifestação cultural da Batalha da Estação enfrenta diversas situações cotidianamente. Repressão, preconceito, falta de apoio e incentivo de todos os lados. Mas o rap atua como uma forma de resistência e dessa maneira atua como acesso à cultura periférica que muitas vezes o centro da cidade não vê. As batalhas só não podem ser consideradas políticas públicas por não haver participação do Estado.

Evento já integrou o circuito de rap em nível nacional

Em 2018 a Batalha da Estação teve um momento significativo. Entrou no circuito nacional de batalhas de rap e, com isso, poderia dar vaga para os MC’s de Ponta Grossa participarem das competições regionais e estaduais para, então, tentar a disputa do duelo nacional. A presença do rap no Parque Ambiental não fica restrita às batalhas de rima. O rap esteve presente em outros momentos no parque durante o ano, como a participação dos grupos ‘Apologia Sul’, ‘Salve Salve Mic On’ e do rapper ‘Gafanhoto’ em edições do projeto Sexta às Seis. Iniciativa criada pela Fundação Municipal de Cultura no início dos anos 1990

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